Sair da rede elétrica e usar energias alternativas não é mais uma questão de escolha. No mês de janeiro, 11 estados e o DF foram atingidos por um apagão energético, causado por um pico de consumo e por uma falha no sistema de transmissão de energia. Na ocasião, o Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, propôs que as empresas adotassem medidas para reduzir o uso do sistema convencional, como o acionamento de geradores em horários de pico.
Segundo especialistas, se os níveis dos reservatórios das hidrelétricas chegarem a 10% (percentual que paralisa as turbinas), o racionamento de energia será inevitável. Shoppings centers e indústrias já fazem uso de geradores em horários em que o consumo é mais caro. Essa solução, porém, pode também estar ao alcance de pequenas e médias empresas.
O setor de comércio e serviços, por exemplo, liderou mais uma vez a expansão do consumo de energia em 2014, com aumento de 7,3%, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Em alguns períodos do ano, houve a influência de altas temperaturas – durante o verão, foram registrados crescimentos entre 8% e 16% na comparação com os mesmos meses de 2013. Já a indústria reduziu seu consumo em 3,6% no período.
Na Orguel, um gerador de 125KVA está sendo utilizado em alguns momentos para reduzir o consumo da rede elétrica. Somente no primeiro mês, houve uma economia de R$ 740 na conta de luz. A previsão é de uma diferença ainda maior nos próximos meses, com a utilização do equipamento no horário em que os funcionários tomam banho no fim do expediente.
O governo diz que a crise hídrica pressiona o setor elétrico, mas nega que exista crise neste setor. No entanto, pede uma mudança de comportamento das empresas e afirma que haverá medidas para evitar um novo apagão. O uso de geradores é, então, uma medida preventiva que pode minimizar riscos de prejuízos.